Por: Marcelo S. Petraglia
Em 1787, Ernst Florens Friedrich Chladni, um dos pioneiros da física acústica, publicou sua “Entdeckungen über die Teorie des Klanges” (Descobertas sobre a teoria dos sons), ilustrado com 166 “figuras sonoras”. Este trabalho foi o resultado de sua pesquisa sobre o comportamento das ondas em superfícies vibratórias. Tomando uma placa de metal ou vidro, espalhando uma fina camada de areia sobre ela e passando um arco de violino em sua borda fazendo-a vibrar, Chladni observou que a areia formava surpreendentes padrões geométricos. Do estudo destas “figuras sonoras”, como ele as batizou, foram deduzidas uma série de leis da acústica e desenvolvidos inúmeros conceitos aplicáveis à construção de instrumentos musicais e mesmo projetos de salas de concerto.
Passados quase dois séculos, o médico e pesquisador suíço Dr. Hans Jenny, (1904-1972), buscando compreender a atuação das vibrações nos diversos meios e seu poder estruturador de formas e processos, levou adiante os experimentos de Chladni. Agora usando um aparelho eletro-mecânico, que lhe permitia controlar com precisão a intensidade e a freqüência de uma membrana vibratória, submeteu à influência de vibrações, além de substâncias granulares (areia, farinhas, licopódio), substâncias viscosas (óleos e glicerina) e líquidos. Nestes experimentos toda uma nova gama de fenômenos se manifesta. Além dos padrões geométricos, surgem movimentos de circulação, erupções, pulsações, interferências e um sem número de formas cristalinas e orgânicas dependendo das condições e substâncias envolvidas.